domingo, 17 de agosto de 2008

Nós Perdemos

Lembranças, chances, amigos, a cabeça e a putaqueopariu.

Mas nunca, nunca perdemos tempo.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

quinta-feira, 31 de julho de 2008

A Casa de Tijolos Amarelos

Era uma casa muito engraçada
não tinha teto não tinha nada
ninguém podia entrar nela não
porque na casa não tinha chão
ninguém podia dormir na rede
porque na casa não tinha parede
ninguém podia fazer xixi
porque pinico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
na rua dos bobos número zero


Vinícius de Moraes

domingo, 13 de julho de 2008

Através do Espelho

Inevitavelmente, por menor que seja a bolha em que vivamos, acabamos atribuindo sentimento às diversas coisas à nossa volta, seja de uma forma reflexiva ou sensitiva. Algumas dessas coisas talvez tenham sido criadas apenas para sentir, para vivenciar, e grande parte delas realmente ficam só em nossos sentidos, já outras, outras são pegas pela crueldade de nosso raciocínio e reflexão, que tristemente transformam sua beleza e encanto em méra lógica. Não é ruim sempre, as vezes nos faz perceber que tudo está interligado e que talvez só precisemos mudar a ordem de alguns elementos por um tempo para nos sentirmos bem, o que imagino ser meu caso.

[sorriso conclusivo]

Fico olhando para aquela frase na parede por um tempo. Estou feliz. Levanto os ombros por um momento acreditando ter asas, mas a seguir percebo que elas não existem...abaixo a cabeça, e por incrível que pareça eu dou uma gargalhada suave, contente por saber que pude acreditar por um segundo que sairia voando. E o melhor de tudo, o que faz tudo está bem é saber que...

...quando a gente acredita é real.

[Tentando decidir entre o antes e o depois do espelho]

Obrigado, Stevenson.
Obrigado, Lewis.

sábado, 12 de julho de 2008

O Despertar

[olhando para meu corpo deitado na cama]

Sinto-me fraco, fraco a ponto de não ter a mínima disposição de distinguir realidade e delírio. Não imagino que possa existir algo além do que sinto no momento: náusea. E antes de explicar sua origem devo dizer que esta náusea é uma sensação, e que sensasões não surgem do nada, não são de momento. Apesar de estarem no momento as sensações são do passado, do futuro, da possibilidade de acontecimento. A minha vem da frustração de tentar a todo instante moldar uma essência maior do que a minha. [Fim do Pensamento]

...

Encotro-me forte novamente ao ver...

Nenhum Fóssil Pode Ser em Amor Cruzado
Uma Ostra Pode Ser em Amor Cruzada

[escrito na parede, ecoando na mente]

quarta-feira, 9 de julho de 2008

O Fim

Tudo tem um fim; o mais amplo recipiente acaba ficando cheio; e esse breve fato cadênte a meu mal é que destrói o equilíbrio de minha alma. Estou cheio, nem por isso me alarmo; a queda parece natural como uma nova experiência, uma nova descoberta. Sei que os dias continuarão dias, as noites continuarão noites, porém, algo em mim manifesta-se desesperadamente, como um cão nojento dilacerando minha carne por dentro, que se cura rapidamente. E essa cura, essa cura desperta ódio, pois não consigo nem ao menos permanecer ferido, viver minha ferida.

Afinal (penso), eu sou como todo mundo; (sorrio) comparando-me aos outros homens, comparando minha benemerência ativa à preguiçosa crueldade da negligência de outros. E, justamente no momento em que tenho esse pensamento vaidoso sou tomado por uma vertigem, por uma náusea pavorosa e pelo tremor mais desatinado. Noto uma alteração na qualidade de meus pensamentos, uma audácia maior, a desintegração da noção do dever.

Sinto-me fraco.